terça-feira, 7 de setembro de 2010

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Eu tenho a coragem de sentir, de sentir tudo tão intensamente e profundamente. Defeito e qualidade. Todos erram, ninguém é perfeito; mas, perdoamos e vamos em frente, mesmo que demore.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Alguém

Típica noite de Novembro e Mariana se locomovia pelo seu apartamento de um sórdido prédio no centro do Rio. Era um cômodo pequeno, sem muitas coisas, que tinha como traço mais marcante um sofá vermelho. Suas poucas luzes davam um ar diferente àquele ambiente.
Ela vestia um lingerie preto, coberto pela sua curta e sedutora camisola. Seus lábios vermelhos se sobressaiam em sua pele branca e rosada. Seus cabelos pretos ondulados completavam toda aquela personalidade cheia de mistérios.
Acompanhada de um vinho tinto barato, esperava seu amante da noite.
[...]
Ao chegar, ele viu a porta encostada e não hesitou, entrou no apartamento sem pensar duas vezes, esperando ver a mulher que realizaria todos os seus desejos naquela noite. Como não a encontrou na sala- aonde ela sempre o esperava- resolveu ir procurando, foi daí que chegou ao banheiro... Infelizmente o que seus olhos fitaram não foi uma linda mulher esperando para ser possuída, e sim uma banheira cheia de sangue, lábios borrados de vermelho, e ela em seu sono mais profundo. Assustado, ele saiu de lá e prometeu a si mesmo que iria esquecer aquilo.
[...]
Depois de dias, a polícia começou a investigar o caso, graças à ligação de uma amiga que a encontrou em seu apartamento; mas ninguém sabe ainda o que levou alguém a matar aquela prostituta falida.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Caro Anônimo,


Depois de pensar muito no que responder, só consegui isso. Se não for o bastante me desculpa, mas pode ter certeza que tentei bastante. A única coisa que tenho a te dizer agora é que eu espero que você diga logo e mande tudo o que você escreveu e não mandou para a sua pessoa, mesmo que ela esteja distante... Ela vai gostar. Enfim, faço das suas palavras lindas as minhas. Ah, a foto? É minha maior resposta. Era ano novo e eu resolvi ir para a areia da praia ver o dia amanhecer, peguei o celular e ela saiu. E era essa vista, esse momento que eu gostaria de ter dividido com o meu distante. Como diz a música: "It's always have and never hold". Espero um dia ter o que desejo, espero que você um dia tenha o que deseja. Espero também que entenda essas simples palavras.


Beijos e Feliz Ano Novo.

sábado, 15 de novembro de 2008

(...)

Eu o observava todos os dias, era obra do destino, afinal éramos vizinhos. Ele sempre seguia a rotina daquele ônibus matinal. Não sei para onde ele ia, quem ele era ao certo, mas confesso que seus olhos me chamavam parar descobri-lo.
O tempo foi passando e conversas e intimidades foram surgindo. Seu apartamento era de poucos móveis, de poucos objetos, era tímido e reservado como ele. O que mais me encantava naquele homem era sua voz baixa, calma e grave. Era como se fosse seu diferencial, seu charme.
Quando eu perguntava o que ele fazia pra viver ele sempre vinha com a mesma resposta: “Não dá pra explicar minha arte em uma única palavra. É a mistura de muitas sensações e sentimentos, e qualquer única palavra que eu usar parar descrevê-la pode deixar muita coisa que eu sinto de fora”. Para falar a verdade, nunca entendia essa resposta.
[...]
Era sexta-feira e eu fui fazer um típico programa, cinema. Sentei e fiquei olhando aquela multidão naquela sala escura, que esperava o filme começar como eu. Acompanhada da minha pipoca, eu via aquela película atentamente. De repente, ele apareceu. Aquele homem tímido e reservado, de algumas risadas que eu conhecia tinha desaparecido, mas seu corpo estava presente naquela enorme tela. Não sei como ilustrar isso parar vocês, mas era como se fosse um empréstimo do seu corpo com o acréscimo de uma nova personalidade ao seu personagem. Ele se transformava, ele nascia de novo e seus pequenos olhos castanhos o seguiam, seguiam suas sensações. E aquilo tudo me convidava cada vez mais para dentro dele, enchia minha mente de perguntas.
A única coisa de que tenho certeza, é que instantaneamente eu desvendei a resposta que ele sempre me dava e que eu nunca entendia. Na sua arte, ele era um camaleão, um ator.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Sem título

Já escreveu algo que nunca postou? Bom, eu já e ai vai:
Pode se manifestar
O que habitava a minha mente antes do meu sono era ele, ele e aquele desejo. Eu não sei explicar de onde veio aquela sede, mas te dou certeza de que é uma coisa boa, boa de sentir, boa de querer.
Posso afirmar que aquele desejar não é simplesmente carnal, é algo mais. É um desejo de estar junto, de compartilhar coisas boas, até ruins. Não sei ao certo se isso tudo me pegou de surpresa, se aquelas poucas e decisivas palavras eram esperadas, mas sei que elas me confortaram.
Guardo o meu anseio, minha vontade, afinal ele não está aqui, não está nesse bairro, não está nessa cidade. Quero descobrir ao certo quem é ele, quero ter momentos com ele, quero tê-lo, nem que seja só por um instante...
Entretanto, acho que tudo tem sua hora e quem sabe a hora desse desejo não está chegando?
Mas, se você tem esse desejo todo e ele for temporário me avise, porque desejar alguém sozinha é ruim, machuca.
Beijos.
Obs.: obrigada pela ajuda Fragoso (:

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Redação do Português

Caros Amigos,


Uma aluna do curso de Letras da UFPE resolveu mostrar seu domínio da Língua Portuguesa e deu nisso:

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.

Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.

O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.

Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.

Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.

Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.

Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.

Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.

O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.


Beijos.



sábado, 4 de outubro de 2008

Para UHULBOY

Angelo,

Não, eu não aceito isso. Você faz questão de escrever lá sim, você sente prazer. Sinceramente, acho seja possível que o prazer diminua, mas ele ainda ta ai dentro de você, com você. Você ainda cria, afinal até pra falar da sua "insatisfação" você foi criativo. Temos que convir que se você ainda não tivesse essa vontade toda de escrever você, você iria simplesmente parar de postar, sem dar satisfação nenhuma aos leitores, coisa que você não fez e nem vai fazer.
Porra seu bocó (desculpe pelas palavras, mas eram necessárias), por que você acha que eu te pedi ajuda? É não foi à toa não, foi porque eu sei que você sabe o que escreve, o que pensa. Sabe dar boas opiniões também e é bem criativo, mas do que você pensa.
To com saudade dos UHUL que vinham em primeiro lugar nos posts de resposta de comentários. Claro que você vai responder esses comentários que não respondeu ainda o mais rápido possível, afinal pela minha ideologia, se muitos ficarem sem resposta minha praga se esvai.
Se você está cansa(n) do, descanse e depois volte a postar como o velho cara que eu conheci pelas palavras de um blog extraordinário e legal. E não é que eu não esteja mais postando, o problema é que um turbilhão de coisas ocupa minha cabeça no momento e na hora de escrever as letras não me ajudam, como acho que não estão me ajudando muito agora. Suponho que eu esteja descansando um pouco... Descansando, não abandonando.
Como você disse, eu espero que isso passe, espero que o tempo ajude isso a passar, porque se você mandar aquilo tudo para o espaço, aonde eu vou ler uns textos legais e vou chorar de rir das fotos de quem? Não tava a fim de criar uma intimidade com outro blogueiro da vida, dá trabalho, heheheehehehe.
"Ta ai a minha tentativa" , espero que tudo se "ajeite" .

Atenciosamente,


Carolina Abdalla